Tecnologia é algo curioso, sempre olhamos com admiração no que é possível fazer, mas muito pouco ou nada com relação às suas consequências.
É o mesmo que uma bala perdida, a intenção no momento do tiro era acertar o algo, mas ao errar, o que vem depois é imprevisível.
Nos últimos tempos estive participando de eventos e feiras de tecnologia, onde vejo muita euforia com relação a tecnologia aplicada aos negócios, o que não é novidade, mas pouca motivação sobre falar dos empregos perdidos.
É claro que tecnologia pode gerar empregos, veja o caso da telemetria na Fórmula 1, todas as posições antigas continuam existindo, mecânico, trocar pneus, equipe de apoio, acrescente a isso engenheiros, desenvolvedores de software, manutenção de equipamento, ou seja um exemplo de aplicação da tecnologia e geração de emprego, incluindo aumento da segurança.
Mas, e quando a máquina interpretar errado e tomar ações que poderão levar a erros?
Fico só preocupado, no caso da Fórmula 1, se não vai chegar o dia em que alguém vai achar que um robô pode fazer melhor a troca de pneus eliminando as atuais posições de trabalho por um único operador.
Bom, olhando para o nosso dia a dia, a aplicação da tecnologia para, por exemplo, “telemetria” de caminhões, ônibus, veículos, pessoas, é uma ótima pois pode realmente melhorar a vida das pessoas, reduzir acidentes, prevenir, gerar empregos.
Mas quando falamos em veículos autônomos, por exemplo, o que estamos fazendo para quem são os caminhoneiros hoje? Aqui até podemos transformá-los em “operadores dos veículos”, prevenindo o erro das máquinas, não haverá perda.
Mas quando implantamos atendimento automático eliminando posições de atendimento humano, o que estamos fazendo para realocar essas pessoas?
Hoje, estamos vivendo esse momento, a busca por redução de pessoas, nesse caso jovens nos contact centers por exemplo e isso vem sendo aplicado há muitas outras posições de trabalho.
Será que em determinado momento isso não irá trazer uma crise social, as pessoas sem emprego, sem dinheiro para sustentar a família, ou um jovem de um país do terceiro mundo sem acesso à educação que fica sem visão do futuro.
Isso pode parecer muito com ficção científica, mas já é uma realidade, podemos usar o Rio de Janeiro como exemplo, e sei que aqui posso ser criticado por estudiosos e “eruditos”, mas vou colocar minha visão simplista.
O quadro nessa cidade, feito por outros caminhos não tecnologia, é basicamente esse, A cidade veio se deteriorando com a mudança da capital e péssima administração, evasão de empresas, ou seja, no final o desemprego, a falta de perspectiva para a população, mas meu objetivo não é criticar, é apenas ver as consequências atuais, facilitando ao crime organizado.
O lucro das empresas de tecnologia sobre cada funcionário nos dias de hoje é 100 vezes maior que o da Ford quando foi criada, olhando claramente, isso é imoral, empregasse muito menos e se fatura absurdamente mais, uma empresa tem uma função social, e que não é criar uma fundação e sim dar empregos, que sustenta famílias, gera impostos, consumo, mais empregos e desenvolvimento para os países.
É muito simples pensar em tecnologia na Noruega, mas mesmo em países desenvolvidos já estão começando a sentir esse problema através da imigração ilegal, o que no médio prazo vai refletir na necessidade de emprego.
Bom, o fato é pensar na frase “o erro anda na mesma velocidade do acerto” e a falta de emprego é um problema que não estamos olhando com seriedade.
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